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Interesso-me por um design que coloca questões, que persegue a utopia de uma sociedade igualitária. É isso que dá sentido ao meu trabalho com as formas; as formas, em si mesmas, não têm qualquer poder, é o que elas contêm do mundo real que expressa beleza ou fealdade.
O design, deste ponto de vista político, nunca é conformista. E se é certo que pensar deste modo não ajuda a arranjar trabalho, nos marginaliza, também é verdade que tal marginalização é injusta porque o designer que funciona desta maneira contribui para o enriquecimento crítico daqueles a quem se dirige, associando curiosidade e dúvidas à mensagem que transmite. O autêntico designer guia-se pelo desejo de construir uma reflexão em vez de a silenciar cedendo às respostas predeterminadas do marketing.
Numa época dominada por uma espécie de “diarreia” visual e televisiva, na qual o realismo comercial da publicidade e os poderes mediáticos têm resposta para tudo, aos designers cabe colocar questões.
Estou totalmente convencido que, na procura do bom design, só existe um objectivo verdadeiramente prioritário: trabalhar em conjunto por causas sociais. Para mim, há uma ideia fundamental neste mundo que partilhamos: existe a necessidade urgente de cada um assumir a responsabilidade pelo mundo em que vive.
Gerard Paris-Clavel
Hay una necesidad urgente de tomarse su tiempo. Ensayos sobre diseño.
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