Tuesday, April 07, 2009
ROGÉRIO DUARTE (1939/)
Rogério Duarte nasceu em Itabira, estado da Bahia, em 1939, tendo-se mudado para o Rio de Janeiro no início da década de 1960.
Não sendo formado em design, tal como explica em diversas entrevistas, aos vinte anos a qualidade do seu trabalho era já suficientemente reconhecida – integrando na altura um círculo de intelectuais baianos onde se incluíam Glauber Rocha, Calasans Neto e Fernando da Rocha Peres - para que, com uma Bolsa de Estudos, viesse estudar para o Rio na Escola de Belas-Artes, na Escolinha de Artes do Brasil e no Museu de Arte Moderna onde foi aluno de Otl Aicher, Tomas Maldonado e Alexandre Wollner.
Em 1961 integra, como estagiário, o estúdio de Aloísio Magalhães, extraordinário designer pernambucano, um dos mais influentes designers brasileiros do século XX e um dos fundadores da ESDI.
Os famosos cartazes de Rogério Duarte começam a surgir por essa altura, cartazes para acções políticas, concertos e filmes, com destaque para o icónico cartaz do filme Deus e o diabo na terra do sol (1964) realizado pelo amigo Glauber Rocha.
A partir de 1965 torna-se amigo de Caetano Veloso e passa a contribuir determinantemente para a definição da Tropicália. Nesse mesmo ano publica na Revista Civilização Brasileira o artigo “Notas sobre o desenho industrial” no qual discute questões como a diferença entre arte e design, critica a influência ulmiana no design brasileiro e mostra-se apreensivo com o destino da ESDI.
Em Abril de 1968, na saída da missa pela morte do estudante Edson Luís, Rogério Duarte é preso e torturado pela polícia militar. Embora o seu estado de saúde tenha saído abalado, continua a desenvolver activamente o seu trabalho de designer durante as décadas de 1970 e 1980, estando ligado a inúmeros projectos editoriais: revistas Navilouca e Desígnio e diversas capas de livros. A sua criação fulgurante e multifacetada – músico, poeta, videasta, designer – fez com que ficasse conhecido por Rogério Caos e se, indiscutivelmente, dali emerge uma ordem – ou pelo menos um sentido – esta imagem caracteriza bem a arte de Rogério Duarte: um imenso, criativo e fulgurante caos.
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