Friday, January 25, 2008
CHARLES WILP (1932-2005)
Nascido em Berlim em 1932 e falecido em Dusseldorf em 2005, a versatilidade criativa de Charles Paul Wilp foi, sobretudo, marcante durante as décadas de 1960 e 1970, sendo hoje uma figura estranhamente pouco conhecida tendo em conta o impacto que a sua obra singular teve nesse período.
Com uma formação vasta e eclética - na Universidade de Aachen, fez estudos em sinestesia, jornalismo, artes plásticas, jornalismo e psicologia, tendo sido, ainda, aluno de Man Ray em Nova York – Charles Wilp moveu-se por diversas áreas, deixando em mais do que uma a marca de um universo criativo que, podendo integrar características do Fluxus ou da Pop Art, se diferencia na sua singularidade.
Investigador aeronáutico – Yves Klein referia-se a Wilp como “O príncipe das estrelas” – músico, fotógrafo -sendo famosos os seus retratos dos anos 60/70 de figuras como Marianne Faithfull, Donna Summer ou Marsha Hunt – conselheiro - muito próximo de Willy Brandt – e activista político, cineasta, designer gráfico e publicitário, Charles Wilp manteve relações próximas e marcadas por uma influência mutual com Andy Wharol, Yves Klein, Mel Ramos, Otto Piene ou Joseph Beuys.
O seu protagonismo atinge o auge com a criação da delirante campanha para aAfri-Cola em 1968, tendo imposto aquele que é um dos mais “loucos” slogans da publicidade contemporânea: “Super-sexy-mini-flower-pop-op-cola-alles ist in Afri-Cola”.
Ao vermos hoje o spot publicitário, temos dificuldade em decidir se estamos perante uma obra de arte absoluta ou o estranho resultado de uma “trip”, mas hoje como em 68, não conseguimos ficar indiferentes aquele ambiente onírico e ao slogan-comercial-statement-artístico que lhe está associado.
Convém recordar, que as campanhas para a Afri-Cola constituem juntamente com as anterioriores campanhas para a Puschkin (“Wodka fur harte Manner”) de 1963 e as campanhas seguintes para a Pirelli e Volkswagen (criando o slogan Und läuft ... und läuft ... und läuft“) uma parte central da obra de Charles Wilp e da sua exploração através das imagens em movimento de uma linguagem visual que testemunha bem o importante contexto cultural que a produziu mas, igualmente, o génio único do seu criador.
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