Monday, May 19, 2008




AREA_2

Há 5 anos a Phaidon convidou 10 curadores de design – 10 nomes de peso mesmo que alguns só duvidosamente pudessem ser vistos como curatores – Anthon Beeke, Fernando Gutierrez, Ken Cato, Nick Bell, Omar Vulpinari, Serge Serov, Shigeo Fukuda, Stefan Sagmeister, Uwe Loesch e Werner Jeker, para que estes escolhessem 100 designers gráficos emergentes cujo trabalho exercesse uma forte influência no design gráfico contemporâneo.

O resultado foi apresentado no livro Area. Se em relação a essa lista poderíamos contestar algumas ausências, já os nomes escolhidos – dos 032c a Chris Ware, de Garth Walker a Reza Abedini, passando pelos Delaware ou por Amy Franceschini – estavam acima de qualquer suspeita. Dessa lista não constava nenhum designer a desenvolver trabalho em Portugal, pese embora a inclusão de Victor Hugo Marreiros, que tendo nascido e trabalhando em Macau, estudou em Portugal e possui dupla nacionalidade.

Após a publicação, do Area, 5 anos volvidos a Phaidon volta à carga publicando o Area_2.

Trata-se essencialmente de uma actualização, quer ao nível da escolha dos curadores de referência, quer dos criadores de referência, no design gráfico contemporâneo.

Assim, o conceito mantém-se (dez curadores, 100 designers gráficos e dez “clássicos”) os nomes, evidentemente, renovam-se. Os curadores são desta vez Julia Hasting (responsável pelo design do livro, que me parece superior ao do Area), Ruedi Baur, Irma Bloom, James Googin, Ellen Lupton, Saki Mafundikwa, Jan Middendorp, Dan Nadel, Brett Phillips e Keiichi Tanaami.

Entre os clássicos encontramos nomes como Wim Crouwel, Bradbury Thompson, Jan van Toorn ou Bruno Munari, numa escolha que, num livro assumidamente de diagnóstico da contemporaneidade, soa mais a um detalhe "pós-moderno" do que a algo de sério, já nos contemporâneos surgem-nos Laurenz Brunner, Vanessa Van Dam, Flag, Luna Maurer, Etienne Mineur, Peter Bilak, entre outros.

O destaque, no entanto, vai para a escolha do atelier português Barbara Says… e do atelier Change Is Good do designer português José Albergaria, agora radicado em França.

O Reactor pediu a António Silveira Gomes/Barbara Says... e José Albergaria/Change Is Good uma breve explicação dos trabalhos seleccionados que de seguida se apresenta.


“Para a selecção do livro Area 2 escolhemos 2 tipologias de trabalho que podem traduzir a atitude do atelier dos últimos 5 anos.
3 trabalhos institucionais: Metaflux – Instituto das Artes; Cinema Portugal 2006 para o Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia; e Formato para a Ordem dos Arquitectos.
1 trabalho mais exploratório: O cartaz da exposição do Rigo23 para a Galeria Zé dos Bois é uma síntese dos nossos processos de trabalho e do artista: a apropriação, a acção social, o vernaculismo e a “essência”. O trabalho para a ZDB é altamente estimulante é fruto de uma relação de confiança e sintonia de trabalho de vários anos; debatendo-se com constrangimentos orçamentais que são sempre encarados de forma positiva e potencialmente sustentáveis; e a vontade da Zé dos Bois do trabalho gráfico ser um acrescento de valor à programação artística.
Com o Cinema Portugal 2006, a imagem institucional para a actividade do ICAM, pretendemos fazer uma homenagem ao cinema e aos seus aspectos mais tangíveis através de uma recolha da sua iconografia, desde plantas das salas de cinema a cartazes de filmes, tentamos desviar o olhar para o acto de ver cinema como prática social.
O Metaflux foi uma exposição sobre arquitectura que representou Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza. O projecto faz referência às metodologias e materiais usados por 10 arquitectos.
Para o cartaz Formato para a Ordem dos Arquitectos desenvolvemos um lettering feito com livros de arquitectura.
O trabalho do atelier barbara says... pretende ser um exercício de liberdade na forma de comunicar as ideias, projectos e necessidades dos nossos clientes.” António Silveira Gomes



“A selecção de trabalhos apresentada no livro Area 2 da editora Phaidon pretende mostrar o método intuitivo de trabalho do nosso atelier, um laboratório de pesquisas e práticas que explora diversas técnicas, metodologias e materiais.
Os projectos apresentados são exemplos dessa atitude de experimentação.
“72” é um livro sobre projectos artísticos falhados, recusados ou apenas planeados e nunca executados. Nesta publicação usámos uma fonte criada por nós, a “Zérik”, que foi sistematicamente recusado por vários clientes. Achámos que “72” era o projecto indicado para ela ver a luz do dia.
Nos projectos de «Chaumont» e «Liberation/Fooding» utilizámos as propriedades plásticas de letterings e imagens criadas com fitas-cola coloridas de electricista enquanto na revista «Currency» quisemos contrapor um formato de publicação tradicional – tipo álbum de BD – a uma grelha tipográfica experimental.” José Albergaria

A ambos, o Reactor dá os sinceros parabéns por esta distinção internacional.

Quem quer sugerir nomes para o Area_3 ?

1 comment:

Anonymous said...

Não me parece bem andar a sugerir nomes, mas era bom que houvesse alguns nomes portugueses no próximo AREA. Há mto bom jovem que acabou o curso há alguns anos na FBAUP, FBAUL ou ESAD e que estão agora a produzir mto bom trabalho e andam espalhados pelo país e pelo mundo.

Alguém quer mandar nomes prá praça?
Fiquem bem,

Joel Carneiro

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REACTOR é um blogue sobre cultura do design de José Bártolo (CV). Facebook. e-mail: reactor.blog@gmail.com