Friday, May 02, 2008
Em Towards a Complex Simplicity artigo publicado na revista Eye (n.35, 2000), Andrew Blauvelt questionava-se sobre “O que define o design gráfico contemporâneo?”
A resposta, dada por um número significativo de publicações e projectos, parecia apontar para uma exploração exaustiva de referências, intenções e soluções associadas ao, assim denominado, movimento de vanguarda do design gráfico contemporâneo.
Na passagem do século XX para o século XXI, tornava-se evidente a transformação de um estilo radical – entendido como esforço de construção de uma nova linguagem colectiva – numa vanguarda institucionalizada e previsível e numa estética vendável, explorando um nicho de Mercado bem definido.
Uns anos antes, Renny Ramakers havia comissariado uma exposição de design que, exemplarmente, intitulou de Underground Goes Mainstream. Como no “slogan” de Fernado Pessoa o que primeiro se estranhou logo se entranhou. Tal sucede num contexto em que o alargamento do Mercado a todas as esferas do social e a criação de uma indústria cultural que, mobilizada por regras economicistas - transformando cultura em entretenimento e entretenimento em mercadoria, comunicação em persuasão e persuasão em publicidade – se apropria da cultura do design em todos os seus planos: da concepção à produção, da exposição ao debate.
A pluralidade crítica pela qual se bateram vários designers deu lugar a uma doxocracia onde não há lugar para a diversidade consistente mas, apenas, para uma diferença equalizada pelos valores que dominam o palco onde ela se joga.
O problema do pluralismo, escrevia Blauvelt, é que os estilos converteram-se em opções relativas e não em posições críticas.
Face ao actual contexto actual do design alguns autores defendem a necessidade de “começar do zero”, o que, bem entendido, não implica menos mas mais. Não implica um corte com a história ou uma abstracção do concreto social que é o ponto de partida e de chegada do design, pelo contrario, obriga a reconsiderar a história e a repensar a eficácia do design face aos novos contextos sociais.
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