Sunday, May 04, 2008



O Design feito para os olhos constitui, actualmente, o meio fundamental de comunicação social. O seu desígnio mais nobre é o de trabalhar para melhorar o nosso ambiente visual, tornar o mundo inteligível e aumentar a qualidade de vida; acrescentar informação e melhorar as coisas; difundir as causas cívicas e de interesse colectivo e a cultura. A sua especificidade como disciplina é a de transmitir “sensações, emoções, informações e conhecimento”.

Contudo, o design pode contribuir também para o oposto: seduzir em prol das ideologias e dos fundamentalismos; fomentar o consumismo selvagem e alienante; gerar ruído e contaminar o espaço urbano; ser cúmplice do desprezo pelas identidades culturais e pela liberdade individual e colectiva.

É esta ambivalência que torna o design uma ferramenta privilegiada de comunicação (para o bem e para o mal), que torna o seu exercício tão pleno de implicações: económicas, políticas, técnicas, culturais, sociais e éticas. (…)

Desta forma, a disjunção e distinção crítica – ética? – está nos extremos: entre o design como comunicação (fornecer-nos a informação necessária em qualquer âmbito da nossa vida social) e o design como persuasão (que pretende convencer, seduzir-nos a comprar aquela coisa ou a votar naquela pessoa).

JOAN COSTA, Privilegio y Compromiso del diseño gráfico, IN Foroalfa, 10.03.2008
Traduzido e Adaptado por José Bártolo

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REACTOR é um blogue sobre cultura do design de José Bártolo (CV). Facebook. e-mail: reactor.blog@gmail.com